Conto - Exercício 3 - Marcelino Freire
Ao som de Marina de La Riva, enquanto mexia no seu armário procurando alguma coisa específica, Julia viu cair uma foto, era Laura, grande amiga que conheceu ainda criança.
Sentou em sua cama, baixou o volume e foi com as imagens para o mesmo lugar da foto, uma tribo no Araguaia.
Uma menina corria, colar até o umbigo, enfeite de pena na cabeça junto com indiozinhos, era também pequena como ela. Julinha de canto, queria correr, mas quem eram todos? Seu pai havia dito que era surpresa, e ela só tinha visto índios na cartilha com a professora.
Haviam muitos, bebês pelados na cintura da índia mãe, índios velhos, todos dançavam, até eles que brincavam. Quando começavam a cantar, corriam para acompanhar os passos da música.
A noite deixava a fogueira mais viva, e ela estava atrás, vendo as imagens distorcidas, estava fascinada. As vezes ia pro lado para ver normal, mas estar atrás, era algo que nunca tinha vivido.
Uma mão em seu ombro, era Laura: você quer brincar?, balançou a cabeça que não, cruzou os braços e foi mais para o centro da fogueira se esforçando para se concentrar nas imagens. A menina veio até ela e perguntou: posso ver com você? Julinha, disse um “pode” que nunca dissera antes, sentiu-se importante e as duas ficaram quinze minutos só olhando.
Alguma coisa estranha acontecia no caminho que se fazia na frente delas passando a fogueira, não tinha como soltar uma palavra enquanto acontecia. Não sabiam o que era, mas sorriam.
Aquela música parou, Laura pegou na mão de Julinha e foram procurar mais madeira porque a fogueira já estava pequena. Foram muitos, elas únicas, indizinhas brancas, vestidas como os filhos dos índios, seus amigos.
Num corte, a porta bateu, era Clementina, havia visita. Quem é? A moça sorriu: “uma amiga, disse que quer fazer uma surpresa” Júlia, não teve dúvidas, deu um salto até o espelho, arrumou o cabelo, pegou a foto, abriu a porta e deu o abraço mais forte que se lembra em sua vida, foram boas amigas desde aquele tempo e fazia alguns anos que não davam-se notícias.
... Em processo de lapidação)
Sentou em sua cama, baixou o volume e foi com as imagens para o mesmo lugar da foto, uma tribo no Araguaia.
Uma menina corria, colar até o umbigo, enfeite de pena na cabeça junto com indiozinhos, era também pequena como ela. Julinha de canto, queria correr, mas quem eram todos? Seu pai havia dito que era surpresa, e ela só tinha visto índios na cartilha com a professora.
Haviam muitos, bebês pelados na cintura da índia mãe, índios velhos, todos dançavam, até eles que brincavam. Quando começavam a cantar, corriam para acompanhar os passos da música.
A noite deixava a fogueira mais viva, e ela estava atrás, vendo as imagens distorcidas, estava fascinada. As vezes ia pro lado para ver normal, mas estar atrás, era algo que nunca tinha vivido.
Uma mão em seu ombro, era Laura: você quer brincar?, balançou a cabeça que não, cruzou os braços e foi mais para o centro da fogueira se esforçando para se concentrar nas imagens. A menina veio até ela e perguntou: posso ver com você? Julinha, disse um “pode” que nunca dissera antes, sentiu-se importante e as duas ficaram quinze minutos só olhando.
Alguma coisa estranha acontecia no caminho que se fazia na frente delas passando a fogueira, não tinha como soltar uma palavra enquanto acontecia. Não sabiam o que era, mas sorriam.
Aquela música parou, Laura pegou na mão de Julinha e foram procurar mais madeira porque a fogueira já estava pequena. Foram muitos, elas únicas, indizinhas brancas, vestidas como os filhos dos índios, seus amigos.
Num corte, a porta bateu, era Clementina, havia visita. Quem é? A moça sorriu: “uma amiga, disse que quer fazer uma surpresa” Júlia, não teve dúvidas, deu um salto até o espelho, arrumou o cabelo, pegou a foto, abriu a porta e deu o abraço mais forte que se lembra em sua vida, foram boas amigas desde aquele tempo e fazia alguns anos que não davam-se notícias.
... Em processo de lapidação)
Teus textos estão ganhando forma e tom. Eta danado!
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