Casquinha



A dor de doer é rosa. Os mestres seguram tudo, menos isso, esta cor idiota. Santos em ser são. A melodia não chega neste quadro. De graça, vamos fazer valer a sorte de cá, se for. Encontrar, dizem os antigos não é algo para se pegar, é sempre o caminho. Vamos sem acreditar pra não perder de vista a união que não se aperta mesmo. E ainda tem julgamento, não é? Na humilde alegria do peso. Tudo mora perto! Sendo vinho na garganta que não é minha. Sabe como? Foda-se. Me aposento aos vinte anos e vai todo mundo se partindo daqui com os raios naturais, metálicos, azedos. A ferida, quer que eu sopre? Faltam dois para quatro, suma daqui, se crie em casca você e largue meu braço.

Comentários

  1. Falei que adorei os textos, mas não disse o porquê. Acho que essa é a melhor oportunidade, pois esse pequeno texto resume um estilo forte, difícil de ver na produção textual no Brasil. Escritores fortes? Temos muitos, poderia citar Augusto dos Anjos (meu favorito), Dalton Trevisan, João Cabral de Melo Neto etc., mas todos apresentam, como principal recusro, o uso das palavras ou de figuras de linguagem que transmitem o efeito "força no texto", entretanto, apesar de não usar esse recurso, sua produção apresenta uma boa força, uma boa presença. Isso é o que vale, isso é a relação do ser com o seu texto e, finalmente, isso que torna a obra original.

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  2. Esse texto gritado, vomitado, é o que todo mundo deveria experimentar colocar para fora. São bem poucos que tem coragem. Ainda bem que você não tem vergonha, e que eu consigo de seguir sem te amarras os braços.

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