Ana


Eu tenho uma amiga. Não preciso saber muito sobre sua vida. Apenas a certeza que revezamos ouvidos quando queremos. Os dias mostrarão, quem sabe, muito provável, suas outras faces e eu também terei uma que não reconheça eu mesma as outras. Então, a deixarei dizer para não me suicidar quando não tiver vontade disso, apenas confiarei nela e irei trancar sentimento ruim em outro espaço que não aqui.
Nos tempos estranhos, intensos, um pouco conhecido, veio a semente. A experiência carregada de sentido semelhante, projeto de flor, na chuva fincaram dois pares de pés bravos para viver um único dia, os nossos. E vivemos. Como os cabelos de Ana, negros, meu olhos bateram sonhos em imagens de coisas que deixa de explicar para só brilhar.
Dias passam e meu mapa tem mais linhas, não sei ainda se preciso seguir uma. Minha amiga pode achar que sim, mesmo não querendo uma para si. Não sei detalhes banais de Ana, ainda que discordem da forma, eu gosto de ir, e se for com o vento da semente que colhemos, direi que temos raízes e que a terra estará de acordo com a temperatura do nosso sonho.

Comentários

  1. A semente só fecunda com aconchego e água. O calor foi o da amizade, a água foi a gota gorda de lágrima, que antes eram duas, e desceram na mesma velocidade, se cruzaram no caminho, e se tornaram una.

    Obrigada, obrigada, obrigada.

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