Teoria secreta da galinha

Ah... inspirar...ah... soltar ... uhhh, suar... ah soar... ah.
Que pele boa, hum... dormir e acordar, um ar de bom gosto. Hum... friozinho de chuva ardido, fininho. Sentir na veia meus pés molhados depois de uma meia seca.. Uh ah, é parecido com comer coxa creme no lugar mais chique de São Paulo. Ainda que eu admire as galinhas, como são boas sem penas... ah. Parecem palavras, cada qual carrega teu corpo de asas que não voam antes de ser baratas e dormem belas. Um forninho também vai bem para assar, ficam douradas como a pele que lembra a nossas origens e saltam de creme para outra coisa que apalpa. Que bom chupar os ossinhos miúdos, que vivem para sempre em muitas primas.

Dois acenos para uma reles ave? O que posso eu mais querer? Um estranho é lindo demais, cobiça com carinho entre as mãos no compasso e certinho das penas! Imagina depois deitar a cabeça num travesseiro que no sopro não recupera os pelos de um gallus bankiva. Se fora amigo então fica tudo soprado mesmo.

Emafrodita original, que me entope de frases belas nas etapas do dia, os dos tics dos tacs que só esta espécie pode entender. Vou falar um pouco disso. Se a ave se afogar porque quis beber água demais, deixe apenas um pirex para ela e pronto, ainda não é hora de travesseiro. É tudo seu, você pode fazer isso. E sorte se não te lembrar do combinado. Um plano acabará por te trazer um rabo brilhante de pernadas para dias incríveis, antes de coalhar, aí se confirmará a teoria filosófica do leite, que pode agora ciscar. E não pode haver mais nada de tão fantástico. Como é fácil ser safada. Ai... ah, voltando a inspirar, melhor ainda respirar dentro de alguém que não seja ave também. Ainda que as galinhas digam o contrário eu não mereço tanto prazer em dissipar um belo poema ou de jogar um travesseiro depois de exposto na chuva e no sol.

Comentários

  1. Parece que tem uma teoria secreta atrás da teoria secreta. Interessante o estilo do texto. O teu blog ganhou vida.

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