Formuletos em decomposição



1
Joana era de um dia. Um dia de bruma. Brahma gelada e cheirada, no melhor sentido. Joana era uma. Era assim, cantava para se mostrar de besta com sua voz desafinada.
Joana retirava seu lado mal quando cantava. Descarada roubava versos e também compunha. Joana era muitas.
2
Todo mundo procura amor e beijos pela cidade. Amor, entre papos, não chore baby, amanhã tem. Quando tudo explodir não vai mudar nada. Hoje sou homem que diz a verdade. Sem grana pra dar uma e te receber. Me dá seu telefone.
3
Apertado Mário não sabia se saía. Decidiu. Iria para a rua Augusta, cheirar um pó. Sabia que não era bom gastar assim, e que o pó não era ruim, mas se no seu apartamento apertado iria cheirar pó que não dá barato, ao menos na Augusta tinha puta sem pó que cheirava. Então foi.
4
O Gnomo estava lá invisível, no quarto de Juliana. Ele queria ver o que ela faria com
a madrugada. Ele era um homem, ela apenas uma mulher. Ela não queria droga nenhuma. Isso era tudo. O gnomo tomou o corpo de Juliana com o raio de lua que se fez na madrugada. Juliana foi feliz invisível e o gnomo de corpo tinha muitos planos.
5
No invólucro da Terra há carne apodrecendo com motivo. Antes de apodrecer, treino para isso.Mas, não só isso. Cago composto: sou poeta-podre-consciente. Para isso é preciso viver, comer, morrer e pronto.

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